Semana pelo Combate à Pobreza e Exclusão Social

De 13 a 24 de outubro, várias iniciativas irão assinalar a luta contra a pobreza — um problema que continua a afetar milhões de pessoas no mundo.
Na Nazaré, destacam-se duas datas:
17 de outubro – Apresentação do Projeto Radar Social e lançamento do Guia de Recursos Sociais do Concelho.
24 de outubro – Divulgação da Agenda da Diversidade, Inclusão e Conciliação.
Estas ações inserem-se num movimento coletivo de sensibilização e reflexão, que procura dar visibilidade a quem enfrenta dificuldades e reforçar a importância da solidariedade e da inclusão.
Em 2023, a taxa de risco de pobreza em Portugal situou-se em 16,6 %, uma descida de 0,4 pontos percentuais face a 2022. Esse limiar de risco de pobreza foi calculado para rendimentos monetários líquidos por adulto equivalente inferiores a 7.588 €/ano (632 €/mês).
Em 2024 (com dados referentes a 2023), o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social atingiu ≈ 2,096 milhões, correspondendo a uma taxa de 19,7 % da população. As transferências sociais (pensões, apoios sociais, subsídios) contribuíram para uma diminuição da taxa de risco de pobreza em 4,8 pontos percentuais, de 21,4 % para 16,6 %.
Se não existissem essas transferências sociais, a taxa de pobreza em Portugal aproximar-se-ia de 40,3 %. Segundo a EAPN / Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza, Portugal atingiu 22,4 % da população em risco de pobreza ou exclusão social (último relatório), colocando-se entre os países com maior incidência desse fenómeno na UE27.
No concelho da Nazaré, o Radar Social – projeto lançado em agosto de 2024 – permitiu construir um retrato social atualizado do território, mapeando casos de vulnerabilidade, identificando rendimentos baixos (média de 872 €/mês por habitante no concelho) e reconhecendo fragilidades estruturais, como a forte dependência do turismo.
A pobreza é uma condição estrutural que se entrelaça com desigualdades no acesso a direitos fundamentais — como saúde, educação, habitação, alimentação, mobilidade e participação social.
Estar em situação de pobreza implica frequentemente: privação material e social (por exemplo, impossibilidade de adquirir bens ou serviços indispensáveis); barreiras no acesso a serviços públicos de qualidade (saúde, transportes, equipamento tecnológico); restrições permanentes às escolhas individuais (menos margem para emergências, menos capacidade de investir no próprio futuro); geração de efeitos cumulativos nos percursos de vida: quem nasce em contexto de carência tende a ter menor desempenho escolar, menor empregabilidade e mais vulnerabilidade a choques inesperados.